segunda-feira, 29 de agosto de 2016

História - Um pouco sobre METROIDVANIA


O Metroid do Nes completou 30 anos em 6 de agosto de 2016, e vamos homenageá-lo lembrando um dos seus legados que transcende a série Metroid.


O Metroid é considerado o pai do sub gênero metroidvania, um dos mais influentes gêneros de videogames. Os jogos metroidvania, apresentaram um jeito mágico de jogar videogames que mistura elementos de ação, plataforma e exploração de forma não linear. Jogos como a série Arkham e a série Souls herdam bastante características desse tipo de jogo. E Metroid é considerado pai do metroidvania pois foi com ele que esse gênero tomou forma, podemos considerar que no Metroid iniciou a versão alpha do que viriam a ser os metroidvania.


Metroidvania é um sub gênero que mistura ação, plataforma e exploração. Os jogos mais emblemáticos e por trás do nome desse estilo de jogo são o Super Metroid e o Castlevania Symphony of The Night.



Um jogo metroidvania tem as seguintes características:


  • Um personagem que está pronto para usar de forma completamente integrada ao gameplay tudo que o jogo vai oferecer, como poderes, itens e habilidades;
  • Esses jogos possuem um mundo único, aberto e interconectado onde as únicas limitações para alcançar qualquer parte desse mundo são os itens escondidos e as habilidades ainda por aprender ou conquistar;
  • Os protagonistas nos jogos metroidvania evoluem através de power-ups permanentes e coleta de itens que alteram as suas habilidades e comportamentos permitindo por exemplo, se movimentar de forma diferenciada, localizar passagens secretas, abrir portas e derrotar inimigos mais fortes conseguindo assim progredir no jogo;
  • Os jogos metroidvania não são jogos lineares e motivam o jogador a explorar cada canto do jogo usando bastante back-track, ou seja, revisitar áreas já exploradas, mas com habilidades ou itens novos com o objetivo de descobrir novos segredos e caminhos. As vezes o ultimo desafio está justamente onde você começou jogo;
  • Esses jogos são criados considerando uma integração entre level design e narrativa, pensados para causar a sensação de progressão conquistada pelo jogador porque o jogador conseguiu evoluir e teve sucesso na exploração;
  • E surpresas, não são poucas as vezes que você se pega pensando, “olha onde estava isso!”, “eu não acredito que dei essa volta toda!” ou “nossa com essa passagem não preciso mais andar quilômetros”.


E você aí pensando que level design inteligente com mapas interconectados, passagens secretas e atalhos de explodirem a cabeça nasceram na incrível série Souls “né”!?



Agora que você já conhece e sabe um pouco do que se trata um jogo metroidvania, vamos falar um pouco sobre como nasceu esse sub gênero que já nos presenteou com tantos jogos incríveis, como Super Metroid e Castlevania Symphony of The Night que foram os jogos que lapidaram essa forma de jogar e inspiraram jogos como Shadow Complex, Guacamelee e o maravilhoso Ori and The Blind Forest.


Apesar de não ter sido o primeiro a ter características que viriam a se tornar os jogos conhecidos como Metroidvania, Castletroid ou Igavania. Metroid, lançado para o Nintendinho em 6 de agosto de 1986, hoje com mais de 30 anos de existência, é considerado o primeiro a colocar um personagem que evoluí em um jogo que mistura ação, plataforma e exploração.


Mas características que compõem a fórmula de um metroidvania já vinham sendo experimentadas pelo menos desde 1983 com o jogo de plataforma The Pharaoh’s Curse lançado para Atari. Nele o jogador deve encontrar e coletar tesouros em uma tumba egípcia enquanto tenta se salvar de múmias, armadilhas e o faraó amaldiçoado, o que ele tem de metroidvania? O mapa aberto interconectado não linear.


Mas o próprio Pharaoh’s Curse é inspirado em um jogo de ação desenvolvido e lançado para Arcade pela Konami em 1982, chamado Tutankham, jogo no qual você controla um saqueador de tumbas em labirintos enquanto enfrenta várias criaturas místicas usando como arma o seu raio laser. Mas este é considerado um jogo de ação mesmo.


Em 1984 o Pitfall 2 Lost Caverns do Atari da uma arranhada no jeito Metroidvania de ser com o seu mapa aberto interconectado e muita exploração não linear. Vários outros jogos no mesmo estilo e com mapa aberto apareceram nesse ano como o Bruce Lee também para Atari que já vem também com muitos elementos de jogos de ação.


Em 1985 jogos como Castlequest do Nintendinho e Doriath para Commodore 64 com sua musica incrível já mostravam o que estava por vir no gênero que mistura ação, plataforma e exploração.


Então chega 1986 com o Zelda e Metroid.


Zelda?! Porque Zelda? Bom, primeiro, Zelda cobre muitos requisitos para ser considerado um Metroidvania e segundo a pessoa mais influente nesse jeito de jogar, a lenda do game design e mente por trás do Castlevania Symphony of The Night o programador, produtor, diretor, escritor e game designer Koji Igarashi e não por menos um sinônimo de Metroidvania, afinal um dos nomes para identificar esse gênero de jogo é igavania. Igarashi conta que um dos objetivos dele e de sua equipe enquanto trabalhavam no Symphony of The Night era trazer para o gênero de ação e plataforma a mesma sensação de exploração e evolução encontrada nos jogos da série The Legend of Zelda.


Apesar de o Metroid ser considerado o pai do que se tornaria um metroidvania e já trazer várias características do gênero, a evolução do Metroid, o Super Metroid para o Super Nintendo foi o jogo que trouxe maioria dos elementos que vemos nos jogos metroidvania, como um mapa para se guiar nesse mundo aberto interconectado, maior variedade de power-ups permanentes, muito back-track, uma narrativa que acompanha o ritmo e progressão do jogador e uma protagonista que apesar de incrível no começo do jogo, evoluí a cada passo adquirindo mais habilidades e a cada habilidade explorando mais áreas e vencendo desafios mais difíceis.


Mas, aquilo que começou no Metroid e foi bem definido no Super Metroid, ganhou o carimbo de metroidvania no Castlevania Symphony of The Night, ele traz tudo que o Super Metroid e outros jogos já vinham construindo e junta tudo forma orgânica, adiciona algumas características de RPG mas sem quebrar o ritmo da ação, plataforma e exploração. E com uma receita perfeita sem sobrar ou faltar nada ele nos brinda com um dos melhores jogos de todos os tempos.


O SoTN tem uma atmosfera apaixonante, tudo nele é tão bem feito e apresentado de forma tão perfeita usando elementos de ação, plataforma, aventura, exploração e RPG junto a uma narrativa dinâmica que acompanha a evolução do jogador e personagens marcantes. Apesar de SoTN não ser o pai dos jogos metroidvania, ele é o produto artístico que diz “esse é o jeito certo de fazer videogame, esse é o jeito certo de misturar estilos do jogos distintos, esse é o jeito que deve ser um metroidvania, castledroid ou igavania”.


O SoTN lapidou o gênero, ele deixou o metroidvania completo e mais complexo, com muitos itens que modificam os atributos do personagem como em um RPG além dos power-ups permanentes e tudo que vinha sendo experimentado no decorrer da evolução dos igavanias, mas faz isso sem perder o dinamismo e fluidez.


Obrigado Castlevania SoTN.
E obrigado por abrir o caminho para isso Metroid.

Alucard manda um abraço para todos os gamers!



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[]s até a próxima

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