sexta-feira, 8 de julho de 2016

Playstation - Crash Bandicoot - Análise


Título: Crash Bandicoot
Gênero: Plataforma
Plataformas: Playstation - PSX
Desenvolvido pela Naughty Dog e publicado pela Sony em 1996



Bem vindos as ilhas de baixo!


Creio que posso considerar que você não conhece os arredores, então vou te apresentar o local. Para começar tem esse esquisito Dr. Neo Cortex que possui três das mais legais pequenas ilhas ao sudeste da Austrália. Ele está empenhando em estranhos experimentos com marsupiais locais e outras criaturas, e tem coragem de perturbar até mesmo um bandicoot! Dr. Cortex estudou e alterou os genes de Crash, e agora nós temos um perfeito e bondoso herói esperando a oportunidade para brilhar.


Heróis não nascem, eles são criados


Agora Crash Bandicoot, embora praticamente criado pelo insano Dr. Neo Cortex, foi dispensado como sem utilidade para servir ao exercito feito de animais que está se levantando. Parece que Cortex tem planos maiores do que Crash pode atender, então ele expulsou o Crash da sua ilha principal e voltou a atenção para o seu plano de conquistar o mundo.


Isso foi um grande erro


Acontece que antes de Crash ser despejado da ilha fortaleza, ele criou laços com outro experimento do Dr. Cortex, a linda bandicoot Tawna. Crash completamente irritado por ter sido levado para longe do seu novo amor, irá provar o quão errado está o Dr. Cortex em ter feito de um novo e melhorado bandicoot o seu arque inimigo. Fique por perto para não perder a bagunça, a diversão está apenas começando!



Apresentação


Crash Bandicoot é um jogo de plataforma do Playstation, desenvolvido pela Naughty Dog e publicado pela Sony em 1996.


Em 1994 os cocriadores do que se tornaria o Crash Bandicoot, Andy Gavin e Jason Rubin estavam com os olhos voltados ao que estava acontecendo na industria, jogos de corrida, jogos de luta e jogos de tiro estavam fazendo sua transição para um universo completamente tridimensional. Eles começaram a se questionar como o gênero preferido deles, os jogo de plataforma focado em personagens, deveriam ser em 3D. Após pensarem sobre, desenvolveram a ideia que a passaria a ser o Crash Bandicoot, em principio por se tratar de um jogo onde o jogador ficava praticamente todo tempo com a visão das costas do personagem, o jogo foi ironicamente batizado de “Sonic’s Ass Game” literalmente o “jogo da bunda do Sonic”.


Já antes de iniciar o desenvolvimento do jogo, a Naughty Dog queria fazer algo na mesma linha da Sega e Warner Bros com os personagens Sonic e Tas, trabalhar um personagem baseado em um animal que pudesse ser carismático mas que não era tão conhecido. Os desenvolvedores compraram um guia de animais da Tasmanian e passaram a focar em marsupiais para ser o protagonista do seu jogo. Gavin e Rubin nomearam o personagem temporariamente de “Willie the Wombat” mas o nome acabou nunca sendo usado pois eles acharam que o nome soava muito idiota e também já era uma marca registrada.


Mesmo sendo uma tendência dos jogos da época já que os CDs permitiam mais conteúdo, ainda na fase inicial de desenvolvimento foi decidido que o Crash não falaria para não criar distração e para não dificultar alguns jogadores se identificarem com o personagem.


Durante um jantar ao pensar sobre como seriam os vilões do jogo, os desenvolvedores chegaram a um concesso baseado em gostos pessoais, como o gosto de Rubin pelos mais maquiavélicos e determinados vilões Pinky e Cérebro que inspiraram o Dr. Neo Cortex e o Dr. Nitrus Brio, pensaram em capangas para a dupla de vilões personagens inspirados na gangue do filme Uma Cilada para Roger Rabbit. Daí já da para tirar de onde vem o tom de desenho animado do jogo cheio de expressões caricatas!


Ilhas selvagens foram escolhidas como cenários do jogo em função do Crash por o personagem ser um bandicoot nativo desse tipo de ambiente.


Dave Baggett primeiro funcionário da Naughty Dog e um dos programadores do Crash Bandicoot junto com Gavin otimizaram o máximo possível o jogo para chegar nesse resultado no Playstation, por exemplo sem a câmera fixa o Crash jamais teria o visual que tem, já que o quadro exibido para o jogador sempre está no limite de polígonos simultâneos que o Playstation consegue renderizar na tela.


As caixas do jogo só deram a cara quando o jogo estava bem adiantado e tiveram impacto na escolha do nome do jogo que só foi batizado de Crash Bandicoot próximo a sua apresentação na E3 de 1996, o jogo do bandicoot que destrói caixas. A Universal Interactive estava tentando tomar crédito pela criação do jogo, e a Naughty Dog estava decidida a nem aparecer na E3, mas Jason Rubin imprimiu mil cópias de um documento com o título “Naughty Dog, criadora e desenvolvedora do Crash Bandicoot” e distribuiu em frente a área onde o jogo era exibido na E3.


O jogo acontece nas ilhas Wumpa, um arquipélago fictício ao sudeste da Austrália, onde Crash, o bandicoot geneticamente modificado pelo raio Evolvo esta determinado a alcançar e derrotar o proprietário do arquipélago e cientista maluco Dr. Neo Cortex e o seu comparsa e braço direito Dr. Nitrus Brio, e assim salvar o seu amor a bandicoot Tawna. Durante sua jornada Crash vai contar com a ajuda do espirito do feiticeiro Aku Aku que se espalhou pela ilha em forma de mascaras capazes de proteger Crash.


Jogabilidade


Com uma jogabilidade bem simples, no controle do Crash o jogador é capaz de pular, girar e montar javalis, os inimigos do jogo podem ser derrotados saltando sobre eles ou atingindo-os com um spin ataque que os arremessa para a direção oposta do Crash, destruindo outros inimigos ou caixas no seu caminho, há inimigos que só podem ser abatidos com pulo e inimigos que devem ter a guarda desarmada antes de ficarem vulneráveis a um ataque, uns podem ser usados como plataformas e outros como trampolins.


Além dos animais e plantas selvagens hostis encontrados pelo caminho, como os caranguejos, gambás, macacos, tartarugas, piranhas, gaviões, morcegos, aranhas, cobras, lagartos, javalis e plantas carnívoras, há também inimigos únicos para alguns ambientes, como os nativos das vilas, os lagartos mutantes nas ruínas que saltam e só podem ser abatidos por pulos repelindo o spin ataque do Crash, as câmeras com espinhos das fábricas, os capangas armados ou atirando barris que estão estão espalhados pelas casas de máquinas e fábricas do Dr. Cortex, e os cientistas malucos não tão brilhantes assim, apenas malucos mesmo encontrados normalmente nos laboratórios.


Espalhados pelas ilhas Wumpa existem chefes que tentam impedir o progresso do Crash, eles são:


  • O Papu Papu, um chefe tribal que estava dormindo mas acordou com a chegada inesperada do Crash;
  • O Ripper Roo, no alto da cachoeira com uma rizada descontrolada, ele está preso em uma camisa de força que não é o suficiente para impedir sua loucura;
  • O Koala Kong, um koala geneticamente bombando que se protege atrás de carrinhos de mineração do outro lado de um rio de lava, e usa a sua força para arremessar rochas contra o herói;
  • Don Pinstripe Potoroo, esse mafioso no melhor estilo Scarface, atira insanamente com uma metralhadora enquanto vibra como um maluco;
  • Dr. Nitrus Brio, o gênio e braço direito do Dr. Cortex, esse mestre da alquimia elabora as mais perigosas formulas para proteger e garantir os planos do seu mentor;
  • E Doutor Neo Cortex, o antagonista e mente maléfica por trás de toda essa bagunça.


Fora os inimigos e chefes, as fases de Crash Bandicoot possuem um ótimo level design e muito desafio, com jump-puzzles desafiadores, cobrando do jogador paciência e precisão, os desafios se apresentam nas formas mais variadas que vão dos tradicionais buracos para o limbo, e passam por rodas de pedra que podem esmagar o nosso herói, trampolins em chamas, plataformas que precisam ser montadas, troncos com espinhos, chão com lodo escorregadio, pedras que rolam na sua direção em fases onde a progressão é em direção a tela no melhor estilo e referência ao Indiana Jones com a impagável cara de apavorado do Crash, montar em um javali completamente desenfreado correndo ferozmente, folhas plataformas flutuando em lagos, plataformas que caem sob seus pés, paredes que empurram o herói para uma queda fatal, escadas intermitentes, plataformas que giram, que se alternam, que giram e tem o centro em movimento ao mesmo tempo, pontes com madeiras em falso, poças toxicas, canos tão quentes que torram o Crash, caixas explosivas escondidas, plataformas que se retraem alternando entre elas. Tudo é muito desafiador mas ao mesmo tempo muito orgânico, só exigindo do jogador atenção e controle.


Crash Bandicoot trás ainda várias fases bônus, as fases bônus da Tawna permitem salvar o progresso do jogo ao serem concluídas e as fases bônus do Dr. Cortex ao serem concluídas premiam o herói com chaves para abrir outras fases.


Além das fases bônus o jogo possui gemas que são conseguidas ao travessar uma fase quebrando todas as caixas existentes nela sem perder nenhuma vida, as gemas te dão acesso a áreas antes inalcançáveis em algumas fases e servem para completar o jogo com 100% e ter acesso a outro caminho na ultima fase levando a um final alternativo que apesar de não ser o final verdadeiro é mais completo e conta uma história sobre cada chefe do jogo.


Existe diversas caixas no jogo, as mais simples ao serem quebradas liberam as frutas Wumpa as caixas com interrogação são as que escondem mais frutas, a cada cem frutas acumuladas uma vida extra é conquistada, há também caixas que dão vida, caixas que catapultam o Crash, as caixas que guardam as mascaras Aku Aku, as caixas emborrachadas que servem como bumpers permitindo o Crash quicar sobre elas, tem também as caixas de checkpoit que diferente das demais não são quebradas e sim desmontadas marcado a área de checkpoint, as caixas de ferro que são indestrutíveis, as caixas de ferro com um ponto de exclamação que servem como interruptores para revelar outras caixas ou manipular portas e pontes, e as caixas explosivas que fazem um baita estrago e tanto podem ser detonadas com um spin ataque ou quando atingidas por algo que não um pulo do Crash quanto podem ser armadas e explodir após uma contagem regressiva.


A jogabilidade alterna entre 3D e 2.5D, com progressão lateral e vertical para esquerda, para a direita ou para cima quando em 2.5D e em 3D o jogo rola tanto para o fundo da tela quanto em direção a tela, sendo que em algumas fases a transição de jogabilidade ocorre durante o jogo.


O Crash não passa por todos esses desafios sozinho, ele conta com a ajuda do espírito feiticeiro Aku Aku que espalhou diversas mascaras mágicas pelas ilhas Wumpa, cada máscara garante uma defesa ao marsupial ao custo de uma mascara e ao acumular 3 delas o Crash veste a máscara e fica invencível enquanto a usa, quando termina a invencibilidade o ele volta ao estado normal com duas máscaras acumuladas. O level design do jogo permite usar essa mecânica das máscaras para passar grande parte do jogo invencível desde de que não se perca mascaras atoa.

Gráficos


Com fases cheias de detalhes e cada uma feita de forma única, cada uma das 33 fases do jogo incluindo as 6 fases de chefes, fica na lembrança de quem se aventura pelas ilhas Wumpa, mesmo as fases de mesmo ambiente, como vilas, templos, ruínas, fábricas, castelos ou laboratórios, são diferente entre si tanto em ritmo quanto em desafio. As ilhas Wumpa possuem fases:


  • Na costa das ilhas, com ambientes tropicais, com areia e vegetação densa;
  • Vilas habitadas por nativos das ilhas Wumpa com suas construções em madeira em harmonia com a natureza;
  • Rios cheios de vida, muito detalhados e com vizuais que saltam aos olhos;
  • Ruínas de templos cheias de armadilhas e passagens secretas;
  • Templos escuros onde qualquer tropeço pode ser fatal;
  • Pontes nos gelados topos das montanhas com suas placas de gelo e madeiras em falso;
  • Fábricas com seus encanamentos, todo seu lixo tóxico e plataformas de ferro;
  • E o castelo laboratório do Dr. Neo Cortex cheio de portas e pontes controladas por caixas com exclamação.


Mas não só as fases tem visuais bonitos, o jogo possui animações muito bem feitas inspiradas em desenhos animados, a cara do Crash correndo contra tela é hilária, ao termina uma fase ele suspira e relaxa, ele se protege ao se esconde atrás de móveis tentando se não ser alvejado, além de ter animações muito fluidas.


E as mortes?!


As mortes são um espetáculo a parte, é quase como assistir o Coyote se dando mal a cada armadilha falha, cada jeito que o Crash perde uma vida tem uma animação, ele é esmagado, carbonizado, engolido, fica em pedaços ao ser atingido por uma explosão e mesmo a animação padrão de morte é muito bem feita e lembra um desenho animado.


Som


Crash Bandicoot possui uma ótima trilha sonora, com musicas que casam perfeitamente com as fases e ação do jogo, e com vários sons que aumentam a imersão.


Os sons do jogo agradam a todo momento, enquanto ambientes selvagens possuem sons orgânicos como a musica tocada nas vilas com suas batidas e seu coral tribal, ambientes industriais são preenchidos com sons metálicos e secos como os canos soltando vapor em altas temperaturas.


Os sons dos objetos nas fases se distanciam ou se aproximam com naturalidade, como o som de uma caixa explosiva em contagem regressiva ficando para trás...


Mesmo a musica descontraída do mapa e rub das ilhas Wumpa te deixam no clima da aventura, como destaque fica a agitada musica das fases montando o javali…


Veredito

Crash Bandicoot não deixou nada a desejar como um dos primeiros jogos de plataforma tridimensionais, com ótima jogabilidade, animações que pregam um sorriso na cara do jogador e um ótimo level design, Crash Bandicoot é um jogo divertido e que nunca enjoa.


Merece 5 véias gamers


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[]s até a próxima

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